Nenhum desastre ocorreu nos primeiros sesshins em que cozinhei, mas eu estava completamente exausta e não me sentava até depois do jantar. Eu ia para cada sesshin com um livro de receitas em uma mão e uma cartela de aspirinas na outra. Era muito cansativo. Mesmo assim, eu sabia que havia algo lá para mim: “não deveria ser deste jeito”, dizia a mim mesma, “eles não fazem assim em um mosteiro”. Eu nunca estive em um mosteiro, mas eu sabia que este não era o jeito certo.
Um dia, finalmente, enquanto preparava a comida, decidi ver se poderia criar um cardápio que pudesse ser completamente preparado no período de zazen de 40 minutos, antes da refeição. Para ser desta forma, imaginei, a comida teria que ser simples. Ok, pensei, quer as pessoas gostem ou não eu vou fazer a comida mais simples que eu posso, para ter uma base. Vamos ver o que eu realmente posso fazer em um período.
Então eu tentei. Em vez de uma salada sofisticada, as pessoas encontravam pedaços de maçãs frescas misturadas com cubos de queijo. Em vez de sopas e cremes complicados, os ajudantes serviam conchas de sopa de vegetais com aipo e cenouras em cubos. Uma coisa engraçada começou a acontecer: enquanto antes as pessoas me diziam educadamente, depois do sesshin, como a comida estava boa, agora elas começavam a me dizer “nossa, aquelas maçãs e aquele queijo estavam muitos bons!” Que decepcionante! Que maravilhoso! Quanto mais simples a comida, mais as pessoas gostavam dela!
Olá. Gostei muito de ler estas linhas e foi engraçado identificar-me com o sucedido :)
ResponderExcluirEstou a procurar umas receitas para pequenos almoços de sesshin, não poderá ajudar-me? Aproxima-se um retiro e gostava de servir mais do que papas de aveia naqueles 5 dias...
Um abraço
Tiago