Flávio era meu amigo.
Ele me ensinou a sentar como uma montanha. Ele me ensinou que há perguntas prementes a serem respondidas.
Ele me ensinou a praticar.
(....)
Lembro-me dele, recentemente; em zazen, escutava o jogo dos sinos na rua. Ele pisa na soleira do zendo e declara, com voz forte: "praticantes, vida e morte são assuntos importantes". Lembro-me de quando comecei a praticar - tão pouco tempo! - e de como ele me impressionou como praticante. Eu tinha sempre uma carona certeira com ele, e estes dias, voltando de um sesshin, ele brincava: "eu sou uma mãe para você" - referindo-se aos inúmeros quilômetros rodados. Depois, explicava-se: é assim que nós fazemos, você precisa agora, um dia você dará carona para outros.
Com certeza, Flávio, com certeza. Flávio era meu amigo e ele me ensinou muita coisa.
(mensagem mandada por mim para a lista ZenSul em 30 de agosto de 2008, logo depois de saber da morte do Flávio)
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