terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Primeiro

Como de praxe, como todo bom lido praticante zen, começo um blog.

Blog não serve para nada mais que colocar pedacinhos de pensamentos aqui e ali. Por causa disto, não me faltam blogs; há outro em que escrevo anos até, mas como ele fala muito "de mim" - e como fala! - fica de fora do circuito dos blogs mais espiritualizados, para quem quer colocar as coisas desta forma. Não há necessidade. Entendo, contudo, que é melhor delimitar as áreas. O tempo ruge.

Então, quem quiser que leia outro!

Manjusri, o bodhisattva da sabedoria (prajñā), é o carequinha presente no zendô. É preciso, algumas vezes, dizer aos iniciantes que a estátua no meio dos zafus não é Buda. De vez em quando flagra-se alguém prostrando-se diante do "Buda", o que é maravilhoso, pois não faz tanta diferença assim. É Manjusri. E de vez em quando ele carrega uma espada. Uma espada que corta em um.

Cortar em um funciona muito rapidamente como uma frase de efeito paradoxal, e muita gente gosta dela por causa disto. E, gostando, talvez ela perca a função de dizer exatamente: não se trata só do nozinho na sua cabeça, pós-modernos que estamos acostumados a ouvir paradoxos como mp3 no ipod, mas sim de uma espada que corta em um. Tente compreender isto, e não somente relevar com um dos "conhecidos paradoxos do zen".

Mas também funciona como paradoxo, e voltamos então a alguém que descobre que o Buda é Manjusri. Antes não havia problema, porém agora as estátuas estão trocadas.

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